quinta-feira, junho 15, 2006

Um fornecedor mal escolhido pode acabar com seu Evento (Parte II)

No dia do evento chegou pelo rádio o primeiro problema as onze e meia da manhã. O fornecedor de sanitários químicos chegou adiantado e a polícia não queria deixá-lo descarregar por não ter nenhum responsável do evento no local. Tentei falar com o policial pelo telefone, mas ele não quis me atender. O jeito foi levar os sanitários para outro evento da virada, próximo ao meu e produzido por um colega, para depois deslocá-los quando o caminhão dos sanitários estivesse livre.

Após as 14 horas cheguei no local para esperar os próximos fornecedores. Encontrei com o técnico da iluminação que já me esperava com seu material e o gerador com seu eletricista, e notei que os dois seguranças que já deveriam estar no local não estavam presentes. Em seguida chegaram as grades com meia hora de antecedência e tive que indicar sua distribuição, o que me ocupou a próxima meia hora, quando chegou o produtor artístico um pouco antes de sua colega fotógrafa.

Sua empresa foi o intermédio para a contratação dos grupos que iam se apresentar naquela noite. Nós iríamos montar para exibição dois biombos pretos, com fotos, montados em Z. Os biombos eram extremamente leves e para deixá-los em pé utilizamos duas grades juntas para cada um e os colocamos no meio. Se soubéssemos antes de seu peso, poderíamos ter improvisado a cobertura das grades com tecido-não-tecido (TNT), para melhorar o visual com um baixo custo.

Resolvido o problema dos biombos, entrei em contato com o chefe da segurança para cobrar os homens que não estavam no local. Enquanto isso, recebi dois extintores de incêndio dos bombeiros de minha empresa. Por desatenção, na hora não percebi que os dois eram de água e não poderiam ser utilizados caso pegasse fogo na estrutura elétrica.

Comecei a cobrar as quinze e trinta também o fornecedor das tendas que serviriam de palco, camarim e sala de produção. Ou seja, sem elas, eu não teria onde montar o restante dos equipamentos. Mal sabia eu que o pesadelo estava apenas começando.

Quando eram 18 horas as equipes de seguranças e auxiliares de limpeza estavam pela metade, a iluminação estava sem gelatina, pois haviam esquecido de mandar a lamina que as segura, a mobília para camarim estava em um evento próximo e os sanitários químicos em outro, as tendas que levariam mais de três horas para serem montadas com piso não haviam chegado e os fornecedores de som, kit de DJ e ambulância estavam para chegar.

Em menos de uma hora chegou o fornecedor do equipamento de som com seus três principais técnicos incluindo o dono da empresa. Como a tenda-palco ainda não havia chegado e o tempo estava firme, eles montaram o som no chão para depois terem apenas que deslocá-lo para cima do palanque. Assim que terminou a montagem o som já foi ligado e começou a roda de break (dança típica do Hip Hop) comandada pelo ilustre BBoy Nelson Triunfo.

Quando faltavam 20 minutos para o horário de início do evento o fornecedor das tendas me passou um rádio dizendo que o caminhão estava no início da avenida Nove de Julho, que ficava a aproximadamente um quilômetro do evento. Eles não sabiam como chegar onde eu estava, realmente andar pelo centro de São Paulo é muito complicado, e ela pediu para eu tentar ir pegá-los. Como estava sem carro e teria que perder tempo pedindo para alguém me levar ao local e tentar descobrir o melhor caminho, não pensei duas vezes. Avisei minha assistente que estaria de volta logo e saí correndo em disparada em direção ao caminhão. Entrei no espaço apertado entre os montadores e o motorista e indiquei o caminho que apesar da pouca distância, não era possível fazer em menos de quatro km. Ainda errei duas vezes, pois algumas conversas pelo rádio me desconcentraram, mas compensei pegando um atalho, já que devido ao porte do evento tínhamos autorização para circular nos calçadões.

Chegamos no local do evento às 20 horas em ponto. A partir dali, o tempo que demorasse a começar as apresentações, seria considerado atraso.

Continua...