sábado, janeiro 10, 2009

Combate ao sono

Sono polifásico

Produtores de eventos costumam ter exaustivas cargas horárias, sendo comum o trabalho por mais de 12 horas consecutivas no dia do evento e durante a montagem. Em julho de 2007, publiquei um post sobre o meu "carregador de baterias" onde falei de como faço para amenizar o sofrimento mas, recentemente, conheci uma alternativa no mínimo interessante: o Sono Polifásico.

O sono polifásico permite que a pessoa durma apenas duas horas por dia e se sinta tão disposta quanto dormindo 8 horas! Não é mentira nem mito, é exatamente isso que você leu. Diversas personalidades históricas foram adeptas do sono polifásico, entre elas Leonardo Da Vinci, Napoleão Bonaparte, Thomas Edson e até mesmo Benjamin Franklin - do qual sou um grande fã, pois criou a agenda que uso atualmente - e mais recentemente, o velejador Amyr Klink relatou no livro Paraty, entre dois pólos, a prática do sono polifásico em sua expedição.

Para entender melhor como funciona o sono polifásico, vamos conhecer primeiro o sono monofásico. Normalmente, dormimos (ou pelo menos deveriamos dormir) cerca de oito horas por noite e passamos o resto do dia acordados. Este é o sono monofásico, que é formado por cinco estágios dos quais o mais importante é o quinto, denominado de REM, Rapid Eye Movement, (Movimento rápido dos olhos) que é aquele no qual temos os sonhos mais vívidos. É nesta fase que o cérebro separa o que é comum do que é importante, sendo essencial para nosso bem-estar físico e psicológico. Por noite, passamos por este estágio de 4 a 5 vezes, acumulando 90 a 120 minutos de sono REM.

O sono polifásico provoca o corpo a ir direto para o estágio REM. Isso é feito através do aumento da frequência do sono para diversas vezes ao dia, porém, por períodos não superiores a 30 minutos. Amyr Klink e Da Vinci, dormiam 15 minutos a cada duas horas. O método Uberman diz que a pessoa deve dormir 20 minutos por seis vezes diárias e o Dymaxion Sleep quatro cochilos de 30 minutos. Não importa qual o método que utilize, o sono polifásico trabalha com o mesmo princípio. O corpo humano sente a necessidade do sono REM, logo, com os curtos períodos de sono o corpo pula todos os outros estágios e vai direto ao sono REM.

Os adeptos do sono polifásico, afirmam que após se adaptarem, notaram um aumento da capacidade analítica e da memória, além do ganho de tempo, obviamente.

Mas como nada nessa vida é fácil, a prática do sono polifásico não poderia ser diferente. São necessários 14 dias andando como um Zumbi até o corpo se adaptar aos horários diferentes. Nossos horários no dia-dia também não favorecem, especialmente se seus compromissos não permitem, se você estuda em um curso regular ou tem que trabalhar em horário comercial, por exemplo.

Como em determinados eventos não conseguimos fugir de uma carga horária exaustiva, lembre-se da dica do neurologista Ademir Baptista Silva, da UNIFESP:

"É melhor dormir apenas uma hora e meia à noite e cochilar por curtos períodos durante o dia do que dormir por quatro horas seguidas à noite e passar o resto do dia acordado. A sensação de sono, nesse caso, é muito maior" (Folha de São Paulo, fevereiro de 2005)

Bom evento e boa noite!